quinta-feira, 30 de julho de 2009

A Cirurgia

No dia anterior à minha operação tinha que comer só coisas leves, porém queria almoçar bem. Fui ao shopping e almocei num restaurante de comida mineira. Ali me despedi da lingüiça fina, dos salgadinhos e da farofa por um tempo. Comi pouco, acho que 300g, mas fiquei bem satisfeita. Eu já não estava sentindo tanta fome ultimamente. Seria o fator psicológico atuando? Não sei, mas comia mesmo por vício.

Durante esse processo todo de autorização tive vários probleminhas. Tive diarréia por umas 2 vezes, ficando em casa “de molho” quase uma semana tomando floratil e fazendo dieta e vomitei muito por duas vezes, sempre que comia peixe ou camarão... A última dessas vezes foi no sábado antes da cirurgia! Fiquei muito preocupada, mas graças a Deus passou logo.

Voltando ao meu último dia, passando nas Lojas Americanas vi um chocolate em lançamento: Suflair Duo. Como estava com o meu ex-noivo, hoje muito meu amigo, ele disse que faria o sacrifício de ficar com o chocolate para ele se eu apenas provasse. Feito. Gente, que delícia! Comi duas carreiras de chocolate brincando e pude me satisfazer muito!!!!!

Apesar desta cena toda com isso, confesso não ser chocólatra, ainda bem. Para vocês terem uma idéia, ainda tenho chocolates da páscoa na geladeira! Eu mal comi o ovo que ganhei... Enfim, e melhor ainda porque vi um colega operado indo se consultar lá no doutor passando mal depois de dois dias de operado por ter visto alguém comendo um chocolate. =O Acho que não sou viciada por nenhuma comida, mas acho que por comer em geral, tanto salgado como doce. Comer é muito bom! Quem não gosta de comer e não sente prazer com isso que atire a primeira pedra! Hehe! =)

Trabalhei um pouco em casa mesmo e já estava chegando a hora de fazer a última refeição. Como almocei tarde, umas 16h, estava sem fome alguma, mas tinha que me alimentar. Optei por uma sopa de cebola da maggi que adoro com torradas e ainda tomei um bom copo de coca-cola. Depois disso ainda comi uma banana amassada com farinha láctea de sobremesa. Escovei os dentes e tomei muita água. Na verdade fiquei entupida de líquido. Isso é uma coisa que sei que não poderá mais acontecer. Acho que você come ou bebe, nunca mais os dois juntos. Enfim, agora era jejum absoluto. Nem água poderia mais beber. A próxima refeição que iria fazer seria com o estômago novo e já na dieta líquida.

Fui preparando as coisas para levar para o hospital e o dinheiro dos anestesistas e descobri que precisava trocar dinheiro para poder dar a conta certa. Teria que tomar alguma providência, mas já era tarde. Teria que ser a caminho do hospital.
Eu não consegui dormir direito à noite. Foi muito ruim. Dava um cochilo e acordava. Não conseguia ficar bem em nenhuma posição e a minha cabeça girava com a expectativa de como seria todo o processo no dia seguinte. Embora confiasse nos médicos, uma cirurgia é uma cirurgia e seria a primeira vez que levaria uma anestesia geral.

Amanheceu e logo tive que acordar. Caprichei no meu banho e peguei as coisas. Agora era seguir para a minha mudança. Fomos eu, minha mãe, meu pai e meu sobrinho. Pedi ao meu pai para passar na banca de jornal. Comprei uma palavra cruzada e troquei o dinheiro. Separei os dinheiros dos anestesistas em dois envelopes dentro do carro a caminho do hospital e quando cheguei lá fiquei aguardando a minha vez na recepção. Somente minha mãe poderia ficar comigo e até às 20h. Meu pai e meu sobrinho só poderiam voltar depois da cirurgia, no horário de visitas.

Entramos e nos instalamos na enfermaria 101B do Hospital AMPARO FEMININO, no Rio Comprido, onde tinha uma senhora operada com a sua filha, acompanhante, de nome Aída. Uma pessoa muito simpática. Ficamos conversando com ela até chegar o enfermeiro. Veio medir minha pressão q verificar minha temperatura. Ambas normais.

Um tempo depois veio a anestesista, Patrícia, que me fez várias perguntas e também me explicou muitas coisas. Disse para eu ficar calma e que eu poderia sentir um pouco de dor do lado esquerdo por causa do afastador do fígado e falou um monte de termos técnicos que eu não me lembro agora. Entreguei os envelopes e ela disse que depois traria os recibos. Eu sei que depois dessa conversa eu fiquei nervosa. Meu coração disparou e eu tentei ficar tranqüila. Peguei as palavras cruzadas e fiquei me distraindo enquanto minha mãe conversava com a Aída. Coloquei o roupão e fiquei aguardando. Logo chegou o enfermeiro. Fui no banheiro e subi na maca. Eram exatamente 11h30. Que sensação estranha ser conduzida para o centro cirúrgico bem, deitada na maca. Pensei: “Estou sendo levada para o abatedouro...”. No elevador cruzamos com uma menina obesa sentada na cadeira de rodas de hospital. Perguntei se ela tinha operado e se ela estava bem. Ela disse que não, que deu complicação na cirurgia dela. Poxa, fiquei preocupada depois dessa....

Chegamos no terceiro andar. O anestesista auxiliar da Patrícia quem me recebeu. Já veio me perguntando que tipo de estilo eu cantava.... Muito simpático ele! Daí quando entramos na sala de cirurgia estava cheio de gente e a Patrícia já estava lá. Ele, de nome Leônidas pediu p eu levantar a cabeça e colocou uns travesseirinhos. Depois começou a arrumar a maca, me botando na posição do Cristo Redentor, esticando os braços, em cima de alguns suportes ligados à maca. Logo a Patrícia, que já havia experimentado as minhas veias no quarto, estava tentando achar a melhor p pegar. Perguntei onde estava o Dr. Paulo estava e ele estava lá embaixo (provavelmente dando alta p alguém). Daí Patrícia disse que ele chegaria antes de eu apagar. Mas mal ela falou isso, Leônidas disse que ia me dar o remedinho do Michael Jackson (Será que ele me deu o propofol? =O) e começou a dizer p relaxar o pescoço, os ombros... Que sensação estranha... A minha musculatura foi relaxando todinha... Mas não fiquei vendo duplamente não... Eles ficaram conversando e olhei o rosto de cada um que estava no centro cirúrgico. O rádio estava ligado, tocando a música da Vanessa da Mata Boa Sorte. “É só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte!”... Caraca! A ficha caiu. Confesso que entrei em desespero.... Acabou, não tem mais jeito, não tem mais volta... =S Enquanto o Leônidas colocava os eletrodos para monitoramento cardíaco, olhei para a Patrícia e disse:
“Tô com medo”...
Ela disse: “É normal, mas não fique”.
“Posso fugir?”...
“Claro que não!”.
“Posso chorar?”....
“Fica tranquila, vai dar tudo certo!”.
Mas acho que por dentro ela deve ter dito: “Querida, não vai dar tempo de você começar a chorar!”... rsrsrsrs
Muito Bom!!!!

Logo depois disso Leônidas colocou uma máscara respiratória em mim e instruiu: “Respira fundo aqui”. Fui inspirando aquele ar com cheiro de nada, mas não conseguia puxar muito forte. Na verdade eu senti uma aflição muito grande com aquilo. Cada vez que eu inspirava, mas sem ar ficava. Eu queria dizer, mas não conseguia articular. Eu queria avisar que estava morrendo e a coisa só piorava. Inspirei mais uma vez. Pronto. Morri.

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Num piscar de olhos ouvi uma voz:
“Fátima?”. E senti puxando a sonda de mim, mas não doeu. Senti meu estômago muito mexido. Nooooossa, mas ainda estava muito grogue. Com muita vontade de dormir e dormir... Cheguei no quarto às 15h30 e vi minha mãe e a Aída. Estava com o soro. Eu só queria dormir, mas a dor começou muito forte. Era como se alguém apertasse meus órgãos e depois soltasse... E isso acontecia constantemente! =( Fiquei muito chateada porque quando fui visitar minha amiga ela estava sem dor nenhuma, de banho tomado e isso era umas 18h, no dia da cirurgia. Fiquei torcendo para que passasse logo. Meu pai chegou com o meu sobrinho e não demorou para começarem a fazer piadas, mas eu queria dormir!

Aline veio me visitar e falou comigo que eu estava ótima! Eu queria vê-la melhor, mas não tinha como me levantar.... Estava muito grogue ainda! Muito bom saber que ela estava tão bem e 44kg off depois de 6 meses! Não demorou muito e ela me deu um beijo e se foi.
Fiquei de olhos fechados a maior parte do tempo, descansando, sentindo até um pouco de dificuldade de respirar, também pudera, eu estava com aquela máscara de O2 horrorosa!... Abri os olhos e vi, finalmente, o Dr.Paulo!!!!!!!! (que visão, né? rsrsrsrs)
Ele me olhou e disse: “Olá!”
“Dr.Paulo, até que enfim! Agora que te vi! Fica mandando só os seus subalternos falarem comigo... tsctsctsc”.
Me deu um sorriso e disse: “Está tudo bem com você? Está sentindo alguma dor?” Respondi: “Estou! Muito ruim!”.
“Fique tranqüila, o enfermeiro vem trazer um medicamento para acabar com a sua dor”. “Que horas que vão tirar essa máscara horrorosa de mim?”
“Agora!”, e ele mesmo tirou.
Que alíiiivio!!!!!!
“Doutor, tudo bem com a cirurgia?”.
“Sim, tudo ótimo, na normalidade”.
“Graças a Deus!”. “Doutor, eu posso tomar banho?”.
“Ah, não... Deixe para amanhã!.... Hoje você fica sujismunda!”. rsrsrsrsrs
Depois ele foi embora e mais tarde veio a Dra. Patrícia com Leônidas. Estavam todo arrumados e pareciam estar indo embora do hospital. Eles disseram que a cirurgia foi um sucesso!....

Enquanto estávamos ali, meu celular não parava de tocar. Todos os meus amigos me ligaram! Fiquei muito feliz com os telefonemas. Meu pai atendia e passava para mim e os meus amigos ficavam felizes de verem o quanto estava bem! =)
Mas eu ainda estava com muita dor!...... =( =( =( O enfermeiro veio e me deu o remedinho. Agora era esperar para passar.
Meus pais se arrumaram para ir embora. Minha mãe me ajudou a sair da cama pela primeira vez. Fiquei feliz que não fiquei tonta quando botei os pés no chão. Fui no banheiro urinar e depois ela me ajudou a voltar pra cama com aquele soro. Depois disso eles foram embora com o meu sobrinho e eu fiquei sozinha com o apoio da Aída que agora teria duas pacientes para olhar. rsrsrs

Mas foi tranqüilo. Quando precisei ir no banheiro ela me ajudou com o suporte do soro. Deitei e fiquei vendo televisão/ dormindo/ atendendo celular. A dor diminuiu um pouco, mas ainda estava forte. Resolvi fazer a minha primeira caminhada e pedi para Aída falar para a enfermeira. Ela veio e tirou o soro um pouquinho, mas lavou a veia.... Sei lá o que ela fez.... Eu fiquei com um enjôo horrível e quis vomitar! Aquela sensação de que estou vomitando, mas estranho que não saía nada!... Também ia voltar o que de um micro estômago em jejum até aquela hora?!?
Caminhei um pouco e não estava 100% fortalecida para isso, mas não tive maiores problemas. Dei duas voltas pelo corredor e depois voltei para o meu leito na enfermaria. Foi quase que instantâneo. Aquela dor toda que estava sentindo aliviou... =) Fiquei sentada um pouco no sofazinho de acompanhante e cochilei mais um pouco.

Às 21h veio a minha primeira refeição: 50ml de suco de pêra com adoçante. Tive receio de tomar. A impressão que se tem é que vai vazar, no entanto o ato de se alimentar é tão natural que fui em frente. Fui tomando bem devagarzinho, com micro golinhos e ia descendo naturalmente. Fiquei aliviada. Sinal que a cirurgia dera certo.

Voltei pra cama e fiquei vendo TV, até que trouxeram meu segundo copinho de café de água de coco geladinha! Tomei com muita cautela mais uma vez e fiquei observando a troca de soros.... Chegou também antibiótico, anti-inflamatório e mais analgésico para mim. Tava colocando muito líquido pra dentro e fiquei imaginando quantas vezes iria levantar para fazer xixi.... =S

Começou. Eu contei. Até as 7 da manhã foram quase 5 litros de soro e eu levantei sozinha (Aída dormiu) carregando o suporte do soro para fazer xixi, num intervalo gradativo de 20 minutos iniciais. Aí eu deitava e cochilava até estar com a bexiga cheia de novo. Pela manhã estava abatida de tanto que me exercitei...

Amanhã: O primeiro Dia

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Problemas Burocráticos

Depois de tamanha felicidade ao sair do clínico com um laudo de encaminhamento para a cirurgia e ter pago seções com a nutricionista e com o psicólogo, tive a notícia: O plano teve um problema administrativo e eu não poderia mais usá-lo. Eu estava no trabalho e saí de lá desolada. Não sabia o que pensar e nem que decisão tomar. Agora que estava tão perto acontecer uma coisa dessas?!! Fui pegar a condução para minha casa e fiquei quase meia hora chorando sem conseguir fazer sinal para os transportes que passavam. Tudo era uma grande injustiça. E o meu sonho? Eu tava sem chão. Sem motivação. Sem forças pra lutar...
No dia seguinte uma esperança: Todas as pessoas da empresa do meu plano de saúde seriam remanejadas para o mesmo plano só que em Nova Iguaçu. Sem problemas! Eu queria era o meu plano! Queria a possibilidade de mudar de vida! Iria realmente acontecer, mas teria que ter paciência e esperar pelo menos uma semana para o meu plano ter uma nova numeração.
Passado o susto marquei a consulta com a nutricionista e com o psicólogo. Primeiro foi com o Dr.Arruda, psicólogo da equipe. De cara, depois das devidas apresentações ele disse que a dieta inicial era muito séria e não segui-la, podia ocasionar o meu óbito. Um pouco chocante como ele disse, mas totalmente necessário. Conversamos como se pode trabalhar a “mente de gordo” de uma pessoa e me deu alguns truques. Destaque para estar presente na hora da refeição. Muito interessante! Eu comia muito sem sentir, pois sempre estava prestando atenção em outra coisa e sempre comia além do ideal para saciar a fome. Outra coisa que ele me alertou é para eu não perder o prazer de comer. Comer tem que ser um ato prazeroso, mas não precisa cometer excessos para isso. Gostei muito do nosso encontro e fizemos um trato ao final: Que minha cirurgia será uma história de sucesso! Saí bem animada de lá. Ele entendeu bem a minha cabeça e me ajudou bastante.
A próxima consulta foi com a nutricionista. Muito legal as suas explicações, porém confesso que fiquei um pouco assustada com as restrições alimentícias. Embora fosse mais tranqüila que as outras dietas, como por exemplo, fazer a dieta líquida por 15 dias e depois evoluir gradativamente, é uma dieta líquida e radical. Ouvi atentamente as suas explicações e fui falar com a secretária. Eu toda feliz perguntei se elas já iriam dar entrada na minha cirurgia, já que estava com os 3 laudos em mãos. Ela perguntou qual era a minha unimed. Disse que eu ainda teria que conseguir dois laudos para que não caísse em exigência. Um de um cardiologista e outro de um endocrinologista. =O
Fazer o quê? Reclamar? Lá fui eu correr atrás de marcar consultas com esses profissionais. Quando eu comecei a ligar para os endócrinos do meu guia médico quase pirei! Alguns só tinham datas para marcar três meses na frente! Fiquei muito angustiada, pois só tinha conseguido o cardiologista para uma semana. Até lá já teria a marca digital do meu plano de saúde. Teria que pensar o que fazer. No dia seguinte consegui marcar o endócrino para 1 semana e meia. Que alívio! Mas estava preocupada. Qual seria o endócrino que me encaminharia a uma cirurgia bariátrica ao invés de me indicar uma boa dieta? Enfim, só me restava esperar.
Conclusão: No cardiologista consegui o encaminhamento! Mas descobri que o meu problema cardíaco era pior do que o que saiu no laudo. Bom, operando isso seria solucionado. No endócrino, tinha que ver! O médico devia ter uns 90 anos! Mas ele foi ótimo comigo. No entanto me pesou de novo e.... 113kg! =O Eu ganhei 7 quilos em 9 meses de peregrinação com o plano de saúde, batendo cabeça aqui e ali.... =O Bom, pelo menos meu IMC tinha aumentado e isso me daria mais respaldo com o plano de saúde para operar.
Ao sair do consultório do endócrino, segui direto para o consultório do Dr. Paulo Athayde para levar os novos laudos, para não cair em exigência. Chegando lá as secretárias me deram o termo de responsabilidade da cirurgia para eu assinar. Li, e me deu calafrios. Realmente é necessário. Preciso estar ciente de tudo e assumir toda a responsabilidade para a minha mudança de vida. Esse dia eu fiquei realmente aliviada. Elas poderiam realmente dar entrada junto ao plano de saúde à minha cirurgia. Não demorou 2 dias e elas me ligaram de lá do consultório dizendo que eu deveria passar por uma perícia médica e que deveria ir pessoalmente à unimed Nova Iguaçu para isso. Não querendo ser pessimista a primeira coisa que pensei foi: “Poxa, estou tendo tantos problemas para conseguir realizar esse meu sonho... Vai ser muito difícil passar por essa junta médica sem eles perceberem que o meu plano tem menos de seis meses, apesar de não ter carência”.
Fui à Nova Iguaçu logo no dia seguinte e fiquei esperando um tempão chegar a hora do meu atendimento. Fiquei muito ansiosa para ouvir as conclusões médicas e pedi muito a Deus para que se fosse a vontade Dele conseguir a autorização. Passei por uma atendente primeiro de nome Patrícia, muito simpática e atenciosa. Ela fez as burocracias iniciais e pediu para que eu aguardasse ser chamada pelo médico. Depois dos cinco minutos mais longos da minha vida veio um senhor da terceira idade me chamar. Abri um sorrisão e tentei ser a pessoa mais simpática do mundo. Ele começou a fazer várias perguntas em sua sala e a preencher uma guia de autorização. Cada pergunta!!! Eu já sabia de todas, pois li de cabeça para baixo já que o papel estava em cima da mesa. Fiquei então arquitetando em minha mente as respostas. Na segunda pergunta o telefone dele tocou e, podem acreditar, foram 20 minutos conversando com o seu chefe. Eu quase morri de tanta tensão. Aquela sala decidiria o meu futuro! Mas tinha q me manter tranqüila e sorridente. Quando ele desligou, começou a falar da vida dele e eu conversei como se já o conhecesse há muito tempo. Pensei: “Tomara que essa conversa me ajude!”. Quando ele chegou e perguntou quanto tempo eu tinha de plano, disse: “4 meses”. Ele fez não com a cabeça e chamou uma das atendentes. Disse: “Cheque esse plano pra mim”. E me deixou sozinha na sala. Eu quase chorei. Comecei a lembrar de tudo eu passei até chegar ali e fiquei pensando que o sonho poderia acabar naquela tarde. Veio a atendente e deixou a guia na mesa. Quando ele voltou mandou chamá-la novamente e ela disse: “Ta tudo Ok!”. Sem pestanejar o médico carimbou e assinou a guia na minha frente.
No meu coração havia uma festa. Fogos e tudo o mais. Voltei para a atendente Patrícia e perguntei se estava tudo feito. Ela disse que não. Ainda ia passar pelo médico auditor. Só depois disso a Unimed geraria a tão esperada senha de autorização. Ela disse que me ligaria em 48 horas para dar a resposta do médico para que eu pudesse retornar lá e pegar a senha.
Não deu nem 24 horas e a Patrícia ligou. Lembro bem das suas palavras: “Estou te ligando para você ficar menos ansiosa. A sua cirurgia está autorizada”.
Eu dei um grito de felicidade, mas ao mesmo tempo deu um frio na minha barriga. Agora seria pra valer! Liguei para o consultório e as secretárias disseram que não era para me preocupar, que elas conseguiriam pegar a senha através do intercâmbio na unimed Rio. Falou para eu aguardar em casa que elas me ligariam com a data da cirurgia.
Questão de uma semana e meia depois elas me ligaram, numa quarta-feira, querendo marcar a cirurgia para a sexta-feira. O problema era que ainda não tinha o dinheiro da anestesista e nem sabia como consegui-lo e quinta-feira era feriado. Pedi para ser outra data e tive um problema. O Dr. Paulo iria para um congresso na Itália e eu teria que aguardar mais uma semana. O problema é que quando ele voltou não tinha vaga no hospital. O meu azar foi maior porque nesse tempo a minha senha já havia expirado e a secretária daria entrada novamente para revalidar a mesma. Só para vocês terem uma idéia, ela foi empurrada de um lado para o outro, enrolaram ela de todo o jeito para não revalidarem a minha senha. Chegaram a dizer que eu deveria dar entrada em todo o processo novamente. Poxa vida, já estava ficando muito desanimada. Não sabia mesmo quando seria e se seria... Já tinha feito todas as minhas despedidas alimentares e já estava quase entrando de férias no trabalho e na faculdade, tempo que seria perfeito para que a cirurgia acontecesse. Liguei para o consultório. Já haviam passado duas semanas que estávamos esperando uma resposta do plano. Peguei os telefones e decidi procurar a Patrícia e se não conseguisse resolver por telefone eu iria pessoalmente lá, mas antes de tudo, falei com Deus. Soube no meu coração que era para eu manter a calma. Tudo seria no tempo Dele, no melhor tempo para mim.
No dia seguinte, 14 de julho, decidi. Ligaria antes e se não conseguisse resolver por telefone eu mesma iria lá, em Nova Iguaçu. Liguei e aguardei, aguardei, aguardei.... Até que dei a sorte de cair uma atendente chamada Janielle. Contei toda a minha história para ela e ela observou que o fax que a secretária do meu médico havia mandado era o último da pilha. Também pudera! 2 semanas!! Ela disse que iria dar prioridade ao meu caso e que assim que conseguisse, me ligaria e mandaria a senha revalidada para o consultório, via fax. Depois de 40 minutos a ligação. Tudo resolvido! A senha já havia sido mandada para o consultório. Agradeci muito a ela e a Deus.
Liguei para o consultório e toda feliz confirmei que o meu fax havia chegado. De fato chegou, mas tive uma notícia muito triste. A secretária me disse que o hospital não tinha vaga. Que era provável só conseguir operar em Agosto, e que se acontecesse alguma desistência me encaixaria... Tristeza. Silêncio. Paciência. Está nas mãos de Deus, não está?
No dia seguinte, uma surpresa. Estava trabalhando e o meu pai me ligou. A Secretária ligou marcando a data da minha cirurgia: 22 de julho de 2009, uma quarta-feira. A quarta-feira da mudança da minha vida. Um recomeço, um renascimento. Depois de tanta burocracia e peregrinação estava feito, conseguiria alcançar meu objetivo.

Amanhã: A Cirurgia.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Cirurgia Bariátrica - Passo a Passo

O objetivo deste blog é ajudar pessoas que desejam fazer Gastroplastia, ou a popular Redução de Estômago. Pessoas q como eu q estão cheias de dúvidas e desejam n serem mais oprimidas pela obesidade mórbida e todos os problemas que ela ocasiona. Quem sabe com os meus relatos subseqüentes possa ajudar pessoas a tomarem coragem p ingressarem nessa mudança de Vida.


Hoje é dia 28 de julho de 2009. São exatos 6 dias de operada. Fiz a Cirurgia BY PASS EM Y DE ROUX pela equipe do Dr. Paulo Athayde. Depois de grande pesquisa optei pelo cirurgião q me deu mais confiança. A cirurgia foi tranqüila. Tive alta no dia seguinte já sem dores.
Minha jornada n foi nada fácil. Eu sempre fui contra esse procedimento. Embora já tivesse conhecimento de muitos casos bem sucedidos, soube de muitos q morreram e outros q engordaram novamente. Há mais ou menos 6 anos atrás fui em uma reunião de outra equipe p saber mais sobre a cirurgia e saí de lá arrasada. Achei o processo todo absurdo. Era a cirurgia FOBI-CAPELLA, q consistia em grampos no estômago e tb em um anel. P mim era uma mutilação. Outra coisa q me fez sair de lá desiludida e envergonhada foi q as pessoas eram todas super-obesas-mórbidas, mais ou menos a cima de 150kg! Me senti magra perto delas. Estava c 100kg, na época.
Na ocasião, meu noivo me incentivou a tomar remédios de emagrecimento e jurou de pé junto q me apoiaria a esta loucura, se o tratamento n desse certo.
Feito. Emagreci 30kg. Fiquei Feliz. Sem Noivo e em depressão profunda. O mais incrível é q emagreci esses quilos sem fazer regime algum! Sim! Os remédios faziam td, e eu, em contrapartida, recebia todas as agressões físicas possíveis e imagináveis. Quando alcancei os 70 kilos e estava em depressão, meu organismo n aceitava mais os remédios. Tive q parar de tomá-los e ir tentando dar a volta p cima.
N precisa nem pensar mt p saber q eu recuperei todo o meu peso e ainda ganhei um pouco mais. Sim! No decorrer de 4 anos, comendo td q eu queria. Tentei durante esse período voltar para as “drogas”, ou “remédios de rato”, como dizia o meu pai, mas meu corpo os recusava.
Minha auto-estima foi pro poço. Tive algumas fases q nem queria mais cantar, e me apresentar. Coisa q n podia acontecer, afinal, sou uma pessoa pública e preciso mostrar meu talento. Mas era horrível ver o rosto de algumas pessoas tentando disfarçar o q estava claro. Suas faces diziam p mim: “Como vc pode engordar desse jeito! Cruzes! Q menina mais relaxada...”, outras nem se continham dizendo aquela clássica frase: “Nossa, vc tem um rosto tão bonito....”, outras tentavam ser amigas: “Querida, vc está mt acima do peso. Tente reverter isso, pela sua saúde!”.
O q essas pessoas n entendem é q ninguém é feliz p ser gordo. Isso n existe! Essas histórias de q alguns gordos são bem resolvidos é mentira! Tenho certeza q no fundo no fundo essas pessoas ficam entristecidas muitas vezes no seu íntimo, imaginando como seriam suas vidas se n tivessem esse grande problema!
Enfim, Já n agüentava mais. Precisava tentar de novo. Quem sabe passados esses 6 anos eu n encontrasse um outro método, já q a medicina avançara mais.
Tomei duas decisões necessárias: Ter um plano de saúde e fazer uma pesquisa detalhada sobre o assunto.
Consegui um plano de saúde empresa sem carência, justamente pela internet, fazendo pesquisa sobre pessoas q haviam feito a gastroplastia. Li muitos blogs como este. Li muitos casos, vi muitas fotos de antes e depois. Chorei lendo histórias de pessoas q n conseguiram, mas a maioria estava bem. Comecei a direcionar minha pesquisa para a minha cidade. Fui reparando na fisionomia das pessoas e notei q muitas ficavam magras e c cara de doente. N conseguia ver saúde ali. Peguei o guia médico e fui digitando os nomes dos inúmeros médicos no Google. Consegui reparar q o maior número de casos de sucesso era de um Dr. chamado Paulo Athayde. Entrei em seu site e encontrei várias pessoas q foram operadas p ele. As feições cheias de saúde, me fizeram realmente marcar uma consulta c o mesmo!
Confesso q até ir lá estava c muitas dúvidas, mas conversar c os pacientes, ver fotos antigas (de gente já operada há mt tempo) de antes e depois num catálogo imenso, começou a me incentivar.

/Engraçado foi ver a foto de antes e depois de uma amiga antiga q só falava atualmente pela internet. Qd cheguei em casa e encontrei c ela na rede perguntei como ela estava depois da bariátrica e ela me perguntou o q era aquilo! Conclusão: N era ela! Conversamos um pouco e o engraçado é q atualmente ela mora em Maringá, mas a sua família ainda mora p aqui. Ela vindo para o Rio encontrou c uma vizinha q havia operado c o Dr! Incrível! Ela se decidiu! Marcou a consulta, fez os exames e depois veio me comunicar q ia operar nos próximos dias. Detalhe: Hj ela tem 6 meses de operada e está c 44Kg off./

Dia 29 de agosto foi o dia da consulta e lá, aguardando a minha vez, conversei c uma paciente q estava ali p tirar os pontos e estava operada há 10 dias, com um rosto de q n passou p nenhuma cirurgia! Ela estava corada e bem! Feliz da vida! Menos 8kgs em 10 dias! =O Isso me chocou! Eu sabia q a pessoa emagrecia rápido, mas tão rápido assim? =O
Chegou a minha vez. O Dr., super simpático, sem contar no fato de q ele é lindo (n podia deixar de comentar isso aqui) me entendeu completamente. Me explicou todo o procedimento de forma bem clara e me pesou. Já fazia mt tempo q eu n me pesava... Arrisco dizer q mais de 1 ano! Estava pesando 106kgs, um peso q eu jamais tive... Fiquei um pouco triste, mas a confiança q o Dr. passou foi uma coisa absurda. Eu me decidi ali, naquela conversa c aquele profissional, q iria mudar de vida.
Ele me encaminhou p o clínico q pediria os exames e os analisaria, p depois passar pelo psicólogo e pela nutricionista.
Voltei super animada p casa, totalmente decidida, mas n pude nem ir no clínico.Perdi o meu plano de saúde. A empresa quebrou e eu fiquei na mão. Fiquei mt triste e uns meses afastada do meu agora sonho. Fiquei meses procurando outro plano sem carência e nada.... Mt triste. Continuei levando a minha vida, mas c alguma esperança.
Passaram-se alguns meses e a minha amiga cantora havia feito um plano de saúde. Renasceram as minhas esperanças. Fiz o plano imediatamente.
Fui no Dr. Gilson e ele me passou todos os exames. Tivemos tb um papo mt agradável. Conversamos sobre canto lírico e descobrimos várias afinidades. Saindo dali já comecei a providenciar a marcação de todos os exames.
Eu queria fazer todos os exames o quanto antes, mas a demanda p os mesmos era mt grande. A endoscopia, p exemplo, q morria de medo de fazer, demorou uns 15 dias p acontecer! Daí, depois dos resultados, vieram as descobertas desagradáveis.... Caramba, a coisa tava feia p mim... Gordura no fígado, colesterol altíssimo, vitamina b12 baixíssima, problema cardíaco iniciando... A boa notícia era q a trombose q eu tive há uns 8 anos atrás, em decorrência da obesidade estava estabilizada. As veias recanalizaram e nisso eu poderia ter menos risco na cirurgia.
No dia q fui no consultório levar os resultados p o Dr. Gilson já havia até tomado o PYLORY PACK, kit de remédios p matar bactéria do estômago, pois uma série de feriados iriam atrasar ainda mais o processo, uma vez q é preciso 21 dias p terminar o tratamento. Meus pais foram comigo nessa consulta, pois eu precisava do apoio deles. Saí de lá radiante! O Dr. havia me liberado p a cirurgia e ainda me deu um laudo p entregar p a anestesista. Saímos de lá e fomos na reunião de toda equipe q acontece uma vez p mês. Foi mt esclarecedor e os meus pais tb puderam perceber o quão sério é esse trabalho e q realmente estava decidida a partir p todo esse processo radical, porém necessário para mudar de vida e ser feliz!

A seguir minhas consultas c o psicólogo e nutricionista, além da minha saga com o plano de saúde.